PR03 SJO – parte 1

Troço entre fajã de S. João e Lourais (3º)

ermida fajã São João

Aproveitando o facto de estarmos alojados na fajã, partimos do seu centro, onde encontramos a sua lindíssima ermida bem como o único estabelecimento de restauração (e os seus belos petiscos), em direção ao Porto da Panela.

Fomos apreciando as casas com alguns traços típicos, sendo o mais evidente as janelas de 3 folhas de correr sobrepostas (ou seja, correm na vertical!), algo que encontramos ainda com alguma abundância nesta fajã. Mais à frente, a praia da Baía da Areia, uma das poucas com areia na ilha (conseguimos encontrar 3 enquanto por lá andamos).

Segue-se a ponte sobre a ribeira de São João, de onde é possível adivinhar que a montante se encontra um desfiladeiro (havemos de escrever um post só sobre ribeira…), para de seguida começar o calvário, perdão, a subida, se bem que ainda de uma forma ligeira. Numa fase inicial é possível observar outra fajã, esta dizem que é “do Além”. Apesar do seu acesso já só ser aconselhável a viaturas com tração mais musculada e com um traçado em terra batida, algo comum em muitas fajãs, é possível observar pequenos socalcos em degraus ainda cultivados com tomateiros, abóboras, milho, inhames, vinhas, figueiras e algumas bananeiras. Aqui e ali, algumas pequenas casinhas de pedra.

Depois dos últimos socalcos cultivados, começa verdadeiramente a subida, mas as vistas… Bem, olhando para a esquerda, o mar e a ilha do pico, olhando para a direita uma parede de verde! Olhando para trás, a fajã de S. João. Sobe-se, sobe-se e continua-se a subir. A determinada altura, ouve-se o cantar de um milhar (nós contamos 😬) de melros ao desafio na mata …

E assim fomos até Lourais, não sem antes sermos surpreendidos por uma ribeira que em tempo de mais pluviosidade deve ali formar uma majestosa cascata: a ribeira do Salto.

De referir que é um dos muitos locais escolhidos para a prática de canyoning (1). Não satisfeitos, o Melga Júnior e o Turista ainda foram à procura do topo da queda (e encontraram!), enquanto que o resto da equipa deu meia volta, aproveitando para fazer uma paragem na praia e refrescar. Caso para dizer que soube a pato!


(1) Para quem conhece as Flores sabe que a ilha é um pequeno paraíso para a prática do Canyoning. Das pesquisas para estas férias, já sabíamos que muitos punham São Jorge em pé de igualdade com as Flores. Depois dos trilhos que fizemos, dos desfiladeiros que vimos (de uma beleza incrível e aparentemente intocados) e quedas de água imponentes, não ficam dúvidas do potencial da ilha para esta atividade. Só temos um senão, isto comparando com Flores: a qualidade da água. Pareceu-nos que muitos cursos acabam por sofrer da abundância de gado bovino na ilha…

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@viagens_da_aldeia_para_omundo
3 years ago

Ainda não conheço mas já me abriu o apetite 😉

Admin
3 years ago

Não tivesses tu um apetite do tamanho do mundo 😊
Vale muito a pena e para quem não tem medo medo de caminhar e de se aventurar, a ilha ainda tem muito de genuíno..