Monsaraz – Aldeia da Luz
Ó Monsaraz, ó Monsaraz, Mourão à vista! Se o parque reservado para autocaravanas de Monsaraz é esquivo nas infraestruturas, basicamente só temos o sítio para estacionar (isto se não chegarmos muito tarde..), não deixa de ser um sítio a repetir numa próxima passagem por estas bandas. Aquela vista sobre a albufeira do Alqueva não tem igual.
Pequeno almoço tomado, hora de fazermos um pequeno roteiro pelas praias fluviais (oficiais..) do Alqueva: Monsaraz-Amieira-Mourão. Começamos o nosso périplo pela praia fluvial de Monsaraz. Para nós a melhor tanto a nível de água, areia e infraestruturas, e a que, estranhamente, acabamos por estar menos tempo. Fomos na hora em que o calor já apertava e estávamos já muito preocupados com o almoço (depois bem podemos queixar-nos do pneuzinho..).
Este acabou por ser na terra, quiçá capital, dos oleiros, São Pedro do Corval, onde almoçamos no restaurante ‘A Tarefa’. Como não foram capazes de cobrir o nosso cachet, só podemos dizer que tem uma boa relação qualidade/preço 😂
Já almoçados, tempo de picar o ponto e irmos à procura do íman para o .. hum.. ainda é para o frigorífico, se bem que este deve ficar ao nível do chão 😅.. De forma a otimizar um pouco o trajeto, até porque acabamos por andar um pouco para trás no decorrer deste dia tendo em conta o local previsto para a pernoita, seguimos caminho em direção à praia fluvial de Amieira. Não ficamos fãs, nem fotos tirámos (..), talvez por termos estado primeiro na de Monsaraz. As infraestruturas, apesar de mais simples, são mais do que suficientes. O areal é grande se bem que junto a água existia uma falha preenchida por uma espécie de lama/lodo, que para quem quer fazer um tratamento de beleza aos pés, até poderá ser bom.. Quanto à água, esta apresentava um aspeto demasiado turvo. Julgamos que é normal, a praia encontra-se numa espécie de braço do Alqueva, algo estreito e que, apesar de ter o rio Degebe a alimentá-lo, existem barragens a montante que em Agosto provavelmente pouca água fornecem ao curso de água. Mesmo assim, demos um mergulho rápido, afinal estávamos numa praia também ela galardoada pela bandeira azul em 2020 (algo que, para além das águas, as 3 praias visitadas tinham em comum). Picado o ponto, voltámos a estrada e repusemos o fluxo natural da viagem, novamente em direção a sul, a caminho da praia fluvial de Mourão. Foi a praia onde acabámos por estar mais tempo, não por ser a melhor, mas sim porque foi nesta que resolvemos tirar finalmente os kayaks da bagageira e fazer um pequeno passeio pela albufeira. Pequeno porque o vento não deu tréguas, mas o suficiente para matar saudades e termos outra perspetiva do Alqueva. A albufeira é gigante! Sem dúvidas algo a repetir numa modalidade de alojamento local, utilizando outro meio de locomoção terrestre que nos permita levar as versões rígidas dos meios aquáticos.
Um aparte quanto a água, melhor que em Amieira, mas também ela turva e com lodo na entrada para a água, quando comparado com Monsaraz. Aqui, apesar de muito mais aberto que na praia de Amieira, estamos noutro braço do Alqueva, o que deve contribuir para uma menor dispersão das partículas em suspensão que, associado a grande afluência de pessoas em agosto, contribui para águas menos límpidas.
Desta praia ainda tivemos a oportunidade de trazer uma história, a juventude resolveu também ela aproveitar os meios aquáticos e dar uma volta pela albufeira. Já a mais velha estava em terra e tinha colocado a embarcação a secar, verificámos que a versão mais jovem estava a muitas centenas de metros da praia, prestes a ser atacado por um cisne rosa gigante! Não certos da docilidade do animal, ficámos logo preocupados. Em suma, alguém na praia deixou à solta um cisne insuflável que, vendo que o vento estava de feição aproveitou e fez-se à albufeira. Uma senhora foi atrás do bicho numa prancha de paddle, para lá foi muito bem e conseguiu apanhá-lo, o problema foi voltar, isto porque o vento era forte e constante na direção contrária.. O nosso jovem herói foi ele também atrás do bicho, acompanhou e ofereceu-se para ajudar por 2 ou 3 vezes, todas elas recusadas. Dito isto, restou-nos observar a luta titânica para que o cisne regressasse.. Findo este périplo, ainda deambulámos um pouco pela península enquanto o sol se punha..
Já com o sol poisado no horizonte, tempo de ir até ao spot para a noite, a Aldeia da Luz. O local de estacionamento não é dos melhores, muito escuro e apesar de encostado ao aglomerado da aldeia, não fosse estarem mais 2 autocaravanas no local ficaria o sentimento de algum isolamento. Durante a noite ainda fomos brindados com sons de algo a passar junto da face mais escura do veículo, ao qual o Turista prontamente calçou a capa (vá, sapatilhas) e foi até ao exterior, aproveitando para dar um sprintzinho, só para ver se ainda estava em forma 😁