Road Trip verão 2020 – Dia 4

De Mêda a Valhelhas

No trajeto do dia anterior, acabámos por passar por mais locais que, em condições normais, teriam merecido não só uma menção, mas também uma visita mais prolongada. No entanto, o caso de Longroiva acaba por ser mais grave pois, não só não parámos (desta vez..) como o local nem menção mereceu (!) Assim, importa antes de mais referir a razão, conseguem adivinhar? Isso mesmo, a bicha.. Perdemos a oportunidade de a estacionar logo à entrada da vila e pronto.. Mas boas notícias, temos memória que daqui para a frente aprendemos (finalmente) a lição.. E em boa verdade, a este facto também se juntou a ânsia de chegar a tempo de um mergulho nas piscinas junto ao parque de campismo. Em relação à povoação, importa referir que, ao passarmos por lá ao final do dia, ficou-nos na retina a forma como a luz incidia nas construções, sobretudo na zona do pequeno castelo.. Quanto a locais de interesse, para além do já referido castelo (que, da última vez que por lá passámos, também acumulava as funções de cemitério..) e o pelourinho, Longroiva é conhecida também pela sua estância termal.

É verdade que, sendo Marialva um ponto que queríamos reviver, teria sido perfeitamente possível e se calhar mais rápido passar novamente por Longroiva, mas preferimos optar por uma estrada que nunca tínhamos percorrido e chegar a Marialva com outra perspetiva.

A pernoita no parque de campismo de Mêda foi tranquila (lembram-se da ânsia por um mergulho na piscina? pois bem, o melhor que se arranjou foi mesmo um banho de chuveiro, a piscina já estava a encerrar quando lá chegámos). O parque tinha boas condições, sendo o espaço para cada autocaravana bem delimitado, com acesso a mesa de madeira, estendal de roupa e outros pormenores. Na tarde anterior, quando chegámos e estacionámos, um vizinho autocaravanista veio logo dar-nos dicas de qual a melhor forma de estacionar sem levar com o sol da manhã. Agradecemos, mas dissemos que só ficávamos uma noite. O Senhor ficou espantado. Dissemos que sempre tivemos medo que as rodas ganhassem raízes e, por isso, partíamos no dia seguinte para ver mais mundo! E assim foi, seguimos viagem até a aldeia histórica de Marialva, muito perto de Mêda.

Foi um revisitar. Há alguns anos atrás, já lá tínhamos passado uma noite muito confortável numas conhecidas casas turísticas. Refere o site da Câmara Municipal de Mêda, que “ao entrar em Marialva, fica-nos a sensação que entramos num cenário histórico, as ruas, ladeadas por edifícios resistentes ao tempo, conduzem-nos à cidadela cercada pelas muralhas em cujas ruínas perdemos a noção do tempo”. Esta sensação é mesmo real.

De Marialva rumámos a Pinhel, onde chegámos pela hora de almoço. Depois de algumas voltinhas pela cidade até encontrar um sítio com sombra para estacionar, cozinhámos e fomos depois conhecer a zona mais antiga. A cidade parecia não ter habitantes. Pequenos comércios encerrados, raramente nos cruzámos com outras pessoas.. Bem, em boa verdade, podiam estar apenas a resguardar-se do calor e o problema sermos nós, que temos a mania que somos muita fo’tes..
Percorrendo as ruas mais antigas que nos levaram ao castelo da “Cidade Falcão”, assim é conhecida, vimos casas de pedra, umas mais asseadas que outras e algumas em decadência, solares, capelas e igreja. Tem uma vista panorâmica interessante no cimo do monte, onde está a torre do castelo, que não foi possível visitar.

Dali fomos em busca de mais património histórico (Oh não! E piscinas, praias fluviais, não há?! ). Destino: Vilar Maior. Mas antes de lá chegar, as vozes dos “crianços na maioridade” foram escutadas e eis que, de repente, encontrámos uma indicação de “praia fluvial”. Paragem obrigatória! Era um dia muito quente e, nesses dias, a água comanda a vida. A praia, com nome engraçado, “Badamalos”, estava pejada de portugueses emigrantes em França. Era notório pelo parque automóvel por ali estacionado, cheio de matrículas francesas, e também pelo dialeto do qual pudemos ouvir coisas como “Michel, vien que a água está bonne!”

Depois do refresco nas águas do rio Côa, fomos então à procura do tal Castelo de Vilar Maior. Quase a chegar ao destino, já se avistava o castelo no cimo de um monte, seguimos as primeiras indicações para a povoação que nos levaram para uma estrada de paralelos que, à medida que fomos avançando, começou a afunilar.. Pensámos desistir, mas o condutor, que sofre do tal síndrome do muita fo’te, decidiu avançar (ao seu lado ia alguém a rezar para que não aparecesse nenhum veículo em sentido contrário. As preces foram ouvidas! ). O castelo de Vilar Maior fica numa pequena povoação e freguesia com o mesmo nome. Não se consegue aceder ao castelo a não ser a pé, mas o percurso é breve e bem sinalizado. O castelo está relativamente bem cuidado, sendo exceção o interior da torre de menagem. O local é muito tranquilo e, apesar de ser um castelo pequeno, com partes em ruína, tem informação histórica disponível no local. Caso para dizer que valeu a pena a paragem até porque nunca ali tínhamos estado, apesar de ser uma zona do país que já explorámos noutras ocasiões..

Seguimos a o itinerário em direção ao poiso da próxima dormida, o parque de campismo junto à praia fluvial de Valhelhas. Chegámos na hora em que as bóias e os cestos de piquenique estavam a desertar! Chatice, tanto espaço para nós.. E que bem que soube mergulhar na água do rio Zêzere àquela hora..

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