Aljezur – Vila Nova de Santo André
Fruto do desapego a qualquer itinerário com um planeamento mais rígido, esta minivolta a Portugal acabou por ser algo errática se olharmos para o mapa e dias passados em alguns pontos. Das poucas coisas que tinhamos fechado e que não queríamos abdicar é que o regresso nunca seria feito por etapas superiores a 250kms pelo que era tempo de soltarmos as amarras e rumarmos a norte (cuarago!).
Pequeno almoço e último banho de nevoeiro tomados, saímos do parque de campismo e resolvemos fazer uma última paragem por terras mouriscas e passar um par de horas numa praia da nossa coleção, Vale dos Homens, onde continua a ser possível encontrar sossego e até algum isolamento, numa praia que apesar do seu perfil acidentado, consegue oferecer um amplo areal.
Depois do almoço, tempo para uma última paragem em Rogil para comprar uns quantos pães característicos da localidade e seguir caminho. Existiam 2 pontos que queríamos visitar há muito e aproveitamos o facto de o regresso ser em modo tartaruga, sendo o primeiro a praia do Brejão. Bem, na realidade e apesar deste ser de facto o nome da praia ou pelo menos era, a verdade é que hoje, se a quisermos encontrar, será mais fácil pesquisar por praia da Amália, pois este era um dos retiros prediletos da famosa fadista.
No caminho e à medida que nos íamos aproximando, aumentava a densidade das estufas, estando o próprio acesso à praia rodeado pelas mesmas. Não querendo pôr em causa a importância desta indústria até porque será com certeza muito importante para a região, mas a presença das mesmas, com tanto plástico à mistura, acaba por retirar alguma mística que esperávamos encontrar no local. Estacionada a Bicha, o acesso à praia faz-se por um trilho que se desenvolve numa corga/pequeno vale, onde a vegetação acabou por criar alguns túneis, até chegarmos ao alto da falésia, de onde é possível avistar toda a praia.
A praia em si é muito gira, mas dada a afluência, de secreta já nada tem. O que vale é que havia espaço para todos. Foi possível desfrutar da mesma até porque esta apresenta muitas características que tanto apreciamos numa praia: beleza, arribas, rochas que criam barreiras de proteção para os banhos, piscinas e habitat de muitas espécies que tanto gostamos de observar nas marés baixas. Mas esta ofereceu-nos um bónus: não é que o Mitch Buchannon resolveu aparecer! Ainda diziam que a praia não era vigiada..
Foi possível também avistar um peixe de água doce a nadar numa espécie de baía/piscina natural.
Em relação aos Melgas, se calhar o Turista não ponderou muito bem quando os batizou, às vezes (muitas) estes mais parecem uns patinhos de água..
E não havendo mais nada destinado até ao local da pernoita, fomos por ali ficando até ao entardecer..