Road Trip verão 2020 – dia 12

Ainda por terras de Aljezur…

Ora se ontem, que esteve praticamente todo o dia nublado, resolvemos ficar numa só praia o dia todo, hoje, que está aquele sol que até faz estalar as ervas nos campos, vamos obviamente pegar nas bicicletas e limitar-nos a… fazer um périplo por diversas praias da região! 😬

A primeira etapa foi entre o Parque de Campismo e a praia de Monte Clérigo (9,8km). Percurso interessante, numa primeira parte em terra batida, tendo a municipal 1003-1 dado seguimento. Até a referida estrada, pudemos ir contemplando a vista para o vale da Ribeira de Aljezur. Assim que avistámos a praia de Monte Clérigo, parámos para as fotos da praxe e descemos até à praia onde aproveitamos para refrescar os engenhos de locomoção (aka nós) no mar…

Já fresquinhos que nem umas alfaces, marcamos mesa no restaurante “O Sargo”, que a Viajante e o Turista já conheciam e quiseram repetir a experiência e, por volta das 12h, já estávamos sentados para fazer o nosso pedido. Comida interessante, único senão foi esta ter sido considerada pouca para alguns do grupo… não querendo avançar com nomes, nomeadamente do Melga Júnior que, com fome, é capaz de, perdoai-nos a expressão, “comer um boi”!

Almoçados, hora de nos pormos a caminho. E que caminho… É incrível como por vezes acreditamos conhecer uma região e mesmo assim, esta acaba por conseguir surpreender-nos com pequenos tesouros escondidos. A verdade é que a zona entre Monte Clérigo e Arrifana sempre foi lugar por onde não nos aventuramos muito, talvez por estarmos presos ao comodismo do carro. Percorremos o caminho de terra batida entre Monte Clérigo em direção às praias da Coelha e Fateixa, até o caminho terminar (3,4km). Havia então um acesso que dava para a Praia da Coelha, que apresenta algum grau de dificuldade para quem vai simplesmente carregado com a sua própria toalha, pelo que estando nós com bicicletas resolvemos pegar nelas e… descer… (crazy elephants!)

Depois de requisitados uns quantos estudos sobre a melhor forma de proceder à descida, foi dada a instrução para avançarmos. À medida que íamos descendo, crescia a preocupação, ao verificarmos o ar de espanto dos que por nós passavam, levando-nos a questionar se não haveria algum problema mais à frente ou até na praia… Depois de alguma ginástica e passar de bicicletas de mão em mão, lá chegamos ao areal. Tudo normal, o que nos levou a concluir que as pessoas pelas quais passamos deviam ser só estranhas… 😅

Para aliviar o stress, encostámos as bicicletas a uns pedregulhos e fomos fazer o reconhecimento da praia, ora indo a banhos, ora apreciando o trabalho da Mãe Natureza.

O Turista, sempre alerta e com o seu faro apuradíssimo no que toca ao planeamento de trajetos, depois de molhar a ponta do dedo mindinho e verificar se o vento soprava de feição, teceu a teoria que, lá no fundo do areal, haveria outro acesso para subir e estaríamos assim já não muito longe da praia da Arrifana. Confiantes, ali fomos em cima das bicicletas junto ao mar (mais um check na nossa lista de coisas a fazer pelos menos uma vez na vida) e andamos, andamos, andamos…

E à medida que íamos andando, o semblante do Turista ía, curiosamente, ficando menos confiante…  Resultado: Não havia acesso nenhum! Apenas umas paredes de pedra intransponíveis, pelo que acabamos por regressar pelo mesmo caminho. Arrependidos por termos seguido o “teorias” do grupo? Nah, pelo contrário, esta é daquelas experiências que nos vêm logo a memória quando recordamos determinados contextos. Neste caso, sempre que pensamos nesta roadtrip ou em paz ou serenidade, vem-nos logo a memória aqueles minutos a andar de bicicleta em cima de areia molhada em praias quase desertas…

De volta à estrada, agora em direção à praia da Arrifana (10,8km), seguimos já um pouco cansados e esfomeados… A praia estava com bastante afluência, mas conseguimos um spot para estendermos as toalhas e lá fomos a banhos. Estranhamente, o nosso patinho de água (Melga Sénior) quis ficar na toalha porque se sentia esgotada! Tenrinha… Mas nada que uma mega tosta mista com pão alentejano não fosse capaz de resolver! Arrifana é um poço cheio de recordações. Foi a primeira praia da Melga Sénior, foi aqui a única tentativa, até hoje, do Turista em fazer surf (diz que teve pouco sucesso pois o mar estava flat e que o fato era uns números abaixo do dele – #dieta? – prendendo-lhe os movimentos… Foi aqui que também apanhamos das maiores ondas onde, apesar destas terem já com alguns metros de altura, ainda era possível mergulhar com um sentimento de segurança, tal não era a forma ordenada em como estas vinham, algo que caracteriza normalmente o mar desta baía.

Já com o Sol no horizonte, hora de regressar ao ponto de partida. Como ficamos até a última na praia e para não ficarmos sem luz natural, optamos pela estrada nacional até Aljezur e dali até ao parque de campismo (13,4km). Esta última parte já foi feita um pouco a custo, porque andar em estradas que não têm berma para a circulação (e com pesados a passarem a velocidades aparentemente excessivas), é um fator de stress para a Viajante, que prefere estradas de pó a asfalto. Algo que o munícipe de Aljezur deveria talvez rever, até para reforçar a aposta num turismo que se adeque a zona protegida na qual se insere.

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